domingo, 15 de maio de 2011

O progresso dos transportes

Os transportes foram essenciais para a industrialização dos países europeus no século XIX. Para que o crescimento económico não estagnasse era preciso movimentar de uma forma rápida e barata os produtos acabados e matérias-pimas que vinham de diversos locais. Assim os meios de transporte evoluiram bastante durante a Segunda Revolução Industrial, adoptando uma das principais inovações da indústria, a máquina a vapor. O comboio foi um dos transportes que mais se desenvolveu, primeiro com o aparecimento da pequena locomotiva, invenção de George Stephenson em 1830, chegando aos comboios a vapor na segunda metade do século XIX disponibilizando mais capacidade de carga, um maior conforto às pessoas e mais rápido. Para a construção de vias-férras foram contruidas numerosas obras de engenharia como o túnel de S. Gotardo que atravessava os Alpes, uma contrução que durou 10 anos entre 1870 e 1880.


Locomotiva a vapor, invenção de George Stephenson (1830)
   
Comboio a vapor-século XIX

Os navios a vapor subtituiram os antigos veleiros,proporcionando uma maior capacidade de carga, fazendo viagens mais longas. Além dos navios especializados no transporte de mercadorias surgiram também luxuosos barcos de passageiros (paquetes) e os petroleiros.


Navio a vapor, Mayflower, rio Mississippi, séculoXIX
 Foram feitas grandeosas obras de engenharia para que a navegação tivesse uma melhor circulação como a abertura do Manchester Ship Canal (1890), do Canal do Suez (1869) e do Canal do Panamá (1914), para uma melhor comunicação entre os oceanos Índico, Pacífico, Atlântico e o Mar Mediterrâneo.



Inauguração do Canal do Suez (1869)


O êxito da máquina a vapor iria também ser aplicado ao transporte por estrada, mas com a invenção do motor de explosão, veio a ser mais adequado ao tipo de veículos que iriam ser usados na década de 1880. Na construção automóvel destacam-se as marcas Benz na Alemanha, a Fiat na Itália,  a Renault na França e a Ford nos EUA. A marca Ford, de quem era presidente Henry Ford é uma das marcas que tem mais êxito, pelo seu preço e o ritmo de produção em série, chegando a alcançar mais de 10 milhões de viaturas em 1924 do modelo T.


Primeiro carro fabricado pela marca Benz (1886)
 

Ford T

A bicicleta foi outro meio de transporte que captou as atenções de muitos naquela época. Pois era um transporte ágil com lugar para uma só pessoa. Com o aumento da compra em grande número dos automóveis, as grandes cidades como Londres ou Nova Iorque começaram a ficar sobre-lotadas de carros e a bicicleta ou o carro eléctrico como transporte público foram formas de parar este aumento.



Bicicleta-século XIX

A Revolução dos Transportes permitiu assim as grandes cidades terem um maior desenvolvimento a nível económico e diminuir as distâncias tempo e custo para a população.


Afirmação das novas Potências Industriais

quarta-feira, 13 de abril de 2011

As novas fontes de energia

O carvão e a força do vapor eram as energias mais utilizadas no princípio do século XIX. Mas a partir da segunda metade do século XIX, o surgimento do petróleo e da electricidade proporcionaram uma maior depêndencia do homem face às máquinas. É nos EUA que se vai perfurar o primeiro poço de petróleo em 1859 na Pensilvânia. O petróleo irá ser benéfico na produção de plásticos, tintas, vernizes, perfumes, tecidos, insecticidas e mais tarde utilizado como combustível nos automóveis.
 
Primeiro poço de petróleo na Pensilvânia, EUA, 1859
 
A elecricidade foi a outra energia que, juntamente com o petróleo,se revelou muito importante no decorrer do século XIX. A electricidade passou a ser utilizada em fins domésticos com a invenção da lâmpada de filamentos por Thomas Edison e em pouco tempo em iluminação de rua. As grandes cidades ganharam uma nova vida com a iluminação à noite, aumentando o nivel de segurança das pessoas, diminuindo os roubos. A electricidade foi substituindo o carvão muito lentamente como força motriz, e marcou a era industrial como uma das maiores descobertas.
   
Fábrica lampâdas, fundada por Thomas Edison em 1889

 

terça-feira, 12 de abril de 2011

As indústrias do século XIX

No seguimento da Segunda Revolução Industrial, a indústria siderúrgica e a química foram as que tiveram um maior crescimento. A indústria siderúrgica teve consideráveis avanços com a possibilidade de transformar o ferro em aço, através de um conversor inventado por H. Bessemer, que era muito mais eficaz e barato. Por outro lado a indústria química também revolucionou o século XIX com descoberta de matérias corantes como o violeta de anilina e a alizarina descobertas por W.H.Perkin que irão revolucionar a indústria tintureira. Na indústria química também surgiram produtos próprios como os insecticidas, os fertilizantes e os medicamentos. Na Europa, a Alemanha foi o país com maior número de indústrias siderúrgicas e químicas. As fábricas Krupp e Thyssen destacam-se no sector siderúrgico. As fábricas Badische Anilin und Soda Fabrik (BASF) e a Friedr.Bayer & Co. são as que se destacam no sector químico.

 Fundição do ferro - Fábrica Krupp em 1873
 

 
Fábrica Bayer - produção de medicamentos, por exemplo a aspirina


A Segunda Revolução Industrial

A expansão da Revolução Industrial também designada por Segunda Revolução Industrial, aconteceu na segunda metade do século XIX e teve maior impacto nos EUA, onde também se destacam alguns países da Europa. Houve uma ligação entre a ciência e a técnica onde uma e outra eram fundamentais para o progresso da indústria. As universidades da altura assumem um papel fulcral para o desenvolvimento da indústria, formando técnicos especializados na investigação científica.

domingo, 20 de março de 2011

O domínio do mercado externo inglês

Nos princípios do século XVIII a  Inglaterra possuía recursos necessários à construção de um mercado à escala mundial. O seu poderoso império colonial, proporcionava-lhe um amplo mercado para o seu crescimento económico, mesmo com a perda das colónias americanas, decorrentes da Guerra dos Sete Anos. Na segunda metade do século XVIII, o triunfo político sobre as suas concorrentes, principalmente a França e a Holanda,conferiu à Inglaterra um vasto domínio que se estendia do Mar das Antilhas até à China, passando por África e  Índia. A Inglaterra inviabilizava qualquer tipo de concorrência o que fazia dela a senhora dos mares. A Inglaterra estruturou o seu comércio colonial, a ocidente, pôs em prática um sistema de comércio triangular no Atlântico, altamente lucrativo pelas matérias-primas que a América dispunha, como o açúcar, o café, o algodão, o tabaco, peles, índigo, carne, madeira e cereais e chegavam aos portos de Londres ou Bristol. A oriente tal como a Companhia das Índias Ocidentais, a Companhia das Índias Orientais tinha a responsabilidade de controlar o comércio no Índico. Assim chegavam a Inglaterra especiarias, sedas, corantes, chá, porcelanas e panos de algodão indiano que eram muito apreciados na Europa. Os ingleses tiveram de colocar circuitos de troca locais, o country trade, impondo produções e taxas aos habitantes asiáticos. A Inglaterra conseguiu o seu primeiro porto em Cantão na China, de onde saiam sedas, porcelanas e principalmente o chá importado para a Europa, nos China ships, muito apreciado pelos europeus. Estes produtos eram pagos com tecidos e ópio indiano, bem como ouro e prata. O Oriente tornara-se um símbolo de poder económico assim como o ocidente.



Navios chineses para transporte de chá, China ships



Império colonial ingles na segunda metade do século XVIII

A Hegemonia Britânica

Cidade de Sheffield durante a revolução industrial


Na segunda metade do século XVIII, a Inglaterra teve um período de elevada prosperidade económica, ao nível da agricultura, da indústria, do comércio e da banca. A Inglaterra graças a todos estes progressos, conseguiu impor-se sobre o continente europeu e liderar as principais rotas oceânicas da época.
A inovação na actividade agrícola foi importante para que a Inglaterra tivesse um aumento da natalidade e assim reduzir os níveis de mortalidade. Tal foram as mudanças impostas nesta prática que ficou denominada de "revolução agrícola". Mais tarde o sector industrial também iria ter um conjunto de inovações, a "revolução industrial", que irá fazer deslocar as pessoas do campo, que já não tinham o seu trabalho assegurado pelos progressos agrícolas, para as cidades que iam crescendo. Londres localizada no sul de Inglaterra foi a cidade que teve uma maior afluência de população; a sua riqueza e a concentração de fábricas foram factores para a potenciar. Londres tornou-se a maior cidade da Europa atingindo um milhão de habitantes, podendo controlar o comércio europeu e mundial.